
Irven Oliveira é bboy, fotógrafo, produtor cultural e tropa da Fugaz há cinco anos. Como fotógrafo, realizou diversas coberturas em filme analógico de eventos como o Maré Hip Hop, o Meeting of Favela e o festival Lollapalooza.
mof 2019




Lollapalooza 2019
























Entrevista com Irven Oliveira (2018)
Estávamos voltando de uma pauta em São Conrado quando vimos o Irven Oliveira pela primeira vez. Ele entrou no vagão com um boné do Public Enemy, o que chamou nossa atenção antes de anunciar que era bboy e que fazia parte de um grupo de break The Next Station, junto com mais dois amigos, o Zulu e o Boogie Pastor. Ligaram um som e se apresentaram na hora, num trem em movimento. Eles se divertiam enquanto dançavam, tinha algo diferente rolando, ficou todo mundo magnetizado, entre senhorinhas e bebês no colo dos pais. Muita gente tirou o celular da bolsa para gravar a apresentação e boa parte contribuiu no final.
Conversamos rapidamente e dissemos que queríamos fazer uma pauta com eles. Trocamos telefone. Em seguida, fizemos o rolê pela Linha 4 da Metro. Um mês depois, nos chamaram para uma roda cultural no Parque União. Lá, conhecemos o pessoal do Movimentos e as meninas do brechó Hey Fellas, de quem compramos uma mom jeans maravilhosa.
A amizade com o Irven continua até hoje. Em março, estivemos com ele no evento Maré Hip Hop, que reuniu 200 pessoas numa quadra escolar ao lado da Avenida Brasil.
Como Fugaz, já fotografou com duas câmeras: uma One Step Close Up (Vintage) e a OneStep2 Grafite, sendo essa última sua favorita e com a qual decidiu ficar.
FUGAZ: Quem é você?
IRVEN: Me chamo Irven Oliveira, sou morador do Complexo da Maré. Nasci em 1998 e aos 11 anos, conheci o break. No início eu dançava na rua com meus amigos de infância. Até que um dia três bboys – que moravam próximos ao local onde eu e meus amigos costumávamos nos reunir e já dançavam e competiam pelo Brasil – chegaram e começaram a dançar com a gente. Foi mágico. Depois desse dia me aprofundei cada vez mais na cultura e passei a treinar no espaço deles. Hoje sou grato, viajo pelo Brasil participando de campeonatos e eventos, com o sonho de competir fora do país .
FUGAZ: Quando você está com uma Polaroid na mão, o que atrai seu olhar?
IRVEN: Lugares, pessoas.
FUGAZ: Quais histórias você quer contar?
IRVEN: Histórias reais de pessoas que lutam por um mundo melhor .
FUGAZ: Dentre as fotos que você tirou, qual sua preferida? Que história ela conta?
IRVEN: A foto do final do Maré Hip Hop. Foi sofrido fazer o evento acontecer, noites sem dormir pela preocupação em fazer algo legal e no dia acabou chovendo. Só que, graças a Deus, deu tudo certo e acabou sendo até melhor do que eu imaginei.
FUGAZ: E das fotos da Fugaz, qual sua preferida?
IRVEN: A Polaroid do @rapschoolniteroi segurando um boombox antigo nos ombros.
FUGAZ: O que te influencia?
IRVEN: A rua.
FUGAZ: O que é diferente sobre a fotografia instantânea?
IRVEN: Fotografar com Polaroid é outra coisa. Ao mesmo tempo que fico com medo de errar, fico curioso pra ver a foto revelada.
FUGAZ: Como essa experiência afetou seu processo criativo?
IRVEN: Afetou de várias maneiras. Do ponto de vista pessoal e criativo – na fotografia e no break – me fez ter um olhar diferente para as coisas. Hoje, sempre que estou na rua, vejo uma cena que me chama atenção e imagino como ficaria com a Polaroid. Na dança, até nos movimentos que faço, desenvolvi um outro olhar, já antecipo os ângulos e como traduziriam para a fotografia. Tem sido uma experiência muito boa pra mim.