Pedro Lourenço

Não sabemos dizer se foi o Pedro que encontrou a gente ou se foi a gente que encontrou o Pedro. Nosso relacionamento começou com uma webamizade, lá nos primeiros meses de Fugaz, mas logo veio pro mundo real quando ele foi nos visitar nossa primeira exposição na Fábrica Bhering.  Desde então não nos separamos mais. E não tinha como ser diferente – quando o assunto é hacks pra câmeras, técnicas e outras curiosidades, não há Fugaz mais indicado pra conversar do que ele.

1. Quem é você?

Meu nome é Pedro Lourenço, tenho 19 anos, estudo Física Médica pela UFRJ e sou total e completamente apaixonado pela arte da fotografia, analógica, principalmente. Tenho dedicado meu tempo livre total a isso e não poderia estar mais satisfeito.

2. Quando você está com uma Polaroid na mão, o que atrai seu olhar?

Essa é uma das perguntas mais difíceis de todo o planeta. Acho que eu tô a todo momento pensando nas possibilidades de fotografar com a Polaroid, estando com a câmera na mão ou não. Tudo me chama atenção, desde paisagens, lugares, arquiteturas, artes urbanas, pessoas, até momentos que passam pela cabeça e emitem sempre a mesma frase: “Puts, isso aqui dava uma Polaroid DAQUELAS.” Quando estou com a câmera: fotografo. Quanto não estou: paciência. Costumo pensar que a mesma cena acontecerá novamente no mesmo local, na mesma hora, mas outro dia, para que eu possa finalmente registrar o que tanto quis. Otimismo, o nome.

3. Quais histórias você quer contar?

Um dia assisti a um vídeo no Facebook que contava a história de um senhor, com mais ou menos uns 70 anos, que andava pelas ruas de Nova York fotografando pessoas com uma Polaroid, levando o analógico, o instantâneo e o real a elas. E é sinceramente tudo que eu quero fazer com minha fotografia. Quero despertar a curiosidade nas pessoas, quero prestar atenção em seus olhares surpresos ao assistirem sua foto revelando na palma de suas mãos, quero levar registros de momentos reais que serão guardados em locais reais, com um carinho real, com uma memória real, algo que seja significativo, no sentido mais simples da palavra. Acredito que o vídeo que eu vi, sobre esse nobre senhor, foi o que mais me inspira na jornada de fotografar com analógico, e eu mal posso esperar pras coisas que ainda estão por vir.

4. Dentre as fotos que você tirou, qual sua preferida? Que história ela conta?

Sem sombra de dúvidas a foto da múltipla exposição. Primeiro porque envolve algumas das coisas mais importantes da minha vida (minha vó, mãe, meu lar e minha gata), ter um registro real disso tudo me faz muito, mas muito bem. Segundo, por ter sido resultado de muitas experimentações com ferramentas criadas do zero, totalmente improvisadas, para que tornassem possível as múltiplas exposições em diferentes pontos de uma mesma foto. Todo tempo que passei produzindo essas gambiarras e idealizando cada elemento valeram total a pena ao ver a revelação dando certo na minha frente. Pra mim, Polaroid também é arte, também é experimentação, e não tem foto minha até agora que resuma melhor isso. Ainda pretendo fazer uns vídeos pro insta da Fugaz demonstrando esses apetrechos todos e explicando suas funções.

5. E das fotos da Fugaz, qual a sua preferida?

Acredito que seja a foto da Thaisa sorrindo pela janela, a primeira do filme SX-70.

6. O que te influência?

Ver a capacidade das pessoas de criar arte. Me inspira, me dá muita vontade e necessidade de sair da zona de conforto e criar coisas também.

7. O que é diferente sobre a fotografia instantânea?

A fotografia instantânea nos faz pensar 2, 3, 4 vezes (ou até mais) antes de disparar a câmera. Você visualiza absolutamente tudo, faz todas as poses, enquadra vinte vezes o mesmo alvo, analisa DE FATO todas as possibilidades da mesma foto. Não existe o “Ah, se ficar ruim, apaga!” do digital, aqui é disparar, esperar revelar e TORCER pra que tudo tenha saído como o esperado. Se não sair, também, não tem problema, é impressionante como você ainda consegue ter um carinho imenso com os frames que não ficaram do jeito que você pensou. O instantâneo traz de volta toda a importância que a fotografia já teve um dia. Queimar um filme instantâneo vira um evento, a foto vira algo palpável, algo que você pode dar de presente pra alguém, algo que desperta curiosidade de fato em todos a sua volta.

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