“Quem pode ficar em casa? Quem pode se manter trabalhando sem sair de casa? Quem tem uma boa casa no Brasil? Ao mesmo tempo em que tudo ficou mais difícil pra todo mundo, percebemos que os chamados ‘marcadores sociais da diferença’ (gênero, raça/etnia, classe, território, geração) permitem entender como os efeitos da pandemia e da ‘política de morte’ que vivemos hoje no Brasil estão combinados e distribuídos na população”, afirma Diego Madi Dias, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP e um dos idealizadores do projeto reXistência.Coletiva.
reXistência.Coletiva é uma iniciativa de ativismo social que parte de uma rede de acadêmica/os da pós graduação e professora/es em diferentes universidades no Brasil. Oferecem cursos online de formação complementar, cuja arrecadação em valor de inscrições será 100% revertida para organizações parceiras de assistência a pessoas trans, negras e indígenas.
A programação, com os cursos confirmados para o mês de novembro e dezembro, está disponível na página www.rexistenciacoletiva.org.
Dispõe do trabalho docente não remunerado como trabalho militante, para possibilitar transferência material de recursos financeiros para comunidades estruturalmente vulnerabilizadas, considerando em especial as dificuldades impostas pela pandemia de COVID-19 e também o cenário atual de destruição intensificada pelo bolsonarismo, além das estruturas históricas de violência e exploração.
Formada por docentes e pós-graduandos em diferentes universidades do Brasil, o grupo Rexistencia Coletiva oferece cursos online de formação complementar. A arrecadação dos valores de inscrições são repassados para organizações e comunidades de assistência a pessoas trans, negras e indígenas, além de estudantes universitários que, por conta da pandemia, não conseguem se manter ativos no ambiente acadêmico.
A pandemia do novo coronavírus trouxe um acirramento das desigualdades sociais sem precedentes desde a redemocratização, fazendo com que os grupos historicamente vulnerabilizados enfrentem um cenário de crise de subsistência, com a perda de postos de trabalho e o acúmulo de dívidas de aluguel e de contas de consumo.
Foi pensando nos efeitos específicos da pandemia sobre as populações historicamente excluídas de qualquer projeto de bem estar social, cujos direitos estão ainda hoje pouco ou mal garantidos, sempre em disputa, que se criou a reXistência.Coletiva, uma rede de ativismo e ação direta formada por docentes e pós-graduandos em diferentes universidades no Brasil, como a Universidade de São Paulo, Universidade Estadual de Campinas, Universidade Federal de São Paulo, Universidade Federal do ABC, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade Estadual Paulista, Universidade Estadual do Ceará, entre outras.
“Em momentos de crise sanitária e política como o que estamos vivendo, os efeitos negativos são sempre mais intensos para grupos historicamente vulnerabilizados. Nas últimas duas décadas, as políticas de inclusão e as ações afirmativas tiveram um efeito formidável de aumentar o acesso às universidades, tornando o ambiente acadêmico mais plural, mais inclusivo e, portanto, melhor, mais potente. Mas, com a crise atual, os grupos precarizados representam os índices mais altos de evasão dos espaços de educação formal, o que significa um enorme retrocesso em termos de direitos humanos e de combate às desigualdades sociais”, argumenta Vitor Grunvald, professor da UFRGS e ativista na Revolta da Lâmpada e também no reXistência.Coletiva.
Dispondo do trabalho docente não remunerado como trabalho voluntário/militante, o objetivo principal do projeto é a transferência de recursos materiais (financeiros) para comunidades vulnerabilizadas, considerando em especial as dificuldades impostas pela pandemia do coronavírus, além das estruturas persistentes de violência e exploração.
Os cursos da reXistência.Coletiva custam R$ 25,00/ hora-aula. Pessoas trans, negras e indígenas podem solicitar inscrição com bolsa de 50%. Existe também a possibilidade de inscrição com contribuição voluntária a partir de R$1,00; esses pedidos serão acolhidos por pessoas da nossa coletiva, que entrarão em contato para uma conversa e confirmação de atribuição da bolsa.
Você encontra a rexistência.Coletiva no Instagram (https://www.instagram.com/rexistencia.coletiva/) e no Facebook (https://web.facebook.com/rexistencia.coletiva). É possível contribuir com doações em dinheiro que, nesse caso, além de ser destinado às organizações de assistência, também financiam a matrícula de outras pessoas nos cursos. Você pode ajudar também compartilhando os posts e a página, pra fazer essa iniciativa chegar em mais gente!