O COTIDIANO POÉTICO DE MANUELA NAVAS

Conhecer pessoalmente artistas que você admira é sempre um momento marcante. Já acompanhávamos o trabalho da Manuela Navas pelo Instagram, mas queríamos saber mais sobre a história dela.

Entramos em contato para combinar uma entrevista e ficamos contentes em saber que, dalí a algumas semanas, ela estaria aqui no Rio para a abertura de sua primeira exposição solo: O Concreto Que Evapora.

O evento aconteceu na última sexta-feira, dia 22, no Bacorejo, galeria de arte que abriu em maio as suas portas, bem no coração do centro histórico da cidade.

Lorraine Mendes, que assina o texto de introdução da exposição de Manuela, é certeira: “Podemos pensar que são grandes os dias, as datas comemorativas e maiores celebrações marcam nossa história e a narrativa do que somos, e assim, passamos batido por toda a vida que floresce quando não estamos alertas. Manuela Navas, ao nos mostrar esse conjunto de pinturas nos mostra também a possibilidade de nos compreendemos por detalhes: o cheiro do doce preparado no fogão, as trocas de olhares, a mais velha que prepara, nutre e aponta maneiras de fazer e existir, a que enfeita, penteia e ensina a cuidar dos cabelos e de si, o jeito de portar o corpo, os modos de passar o tempo”.

Abertura da mostra “O Concreto que evapora”, por Manuela Navas, no Bacorejo (22.07.22)

Perguntamos para a Manuela sobre sua expectativa com relação à primeira solo, o que representa para sua carreira como artista, e o que ela gostaria que as pessoas levassem dessa mostra.

Sobre o significado de ter sua primeira exposição solo no Rio de Janeiro, Manuela diz que tem que quê de afeto: “O Rio é o estado que sempre acolheu melhor o meu trabalho”.

É muito significativo que ela aconteça no Rio de Janeiro, que aconteca em 2022, nesse ano tão caótico, triste, em que se faz necessário trazer uma perspectiva brasileira não tão trágica”

Manuela Navas

Conhecer artistas muitas vezes nos permite entender melhor seu ponto de vista, contextualizando o trabalho pelo qual nos sentimos movidos. Somos atraídos por sua história, como ela se manifesta através de seu trabalho e como isso impacta outras pessoas.

Percebemos há algum tempo que grande parte do nosso público se identifica profundamente com a arte de Manuela. Na semana passada, pedimos a eles que nos dissessem o motivo.

Recebemos uma grande quantidade de respostas. Alguns dos sentimentos mais citados pelo pessoal foram o de pertencimento, familiaridade, identificação e memória afetiva.

O impacto não se restringe ao nosso terrítorio: “Remetem às boas lembranças em casa”, escreveram leitores que nunca estiveram no Brasil. Pessoas que moram no outro lado do mundo.

Os tons alegres e poesia das pinturas de Manuela parecem despertar alento e nostalgia ao mesmo tempo.

O Concreto que Evapora, de Manuela Navas, pode ser visitado até o dia 21 de agosto no Bacorejo, na Rua do Rosário, 38 – Rio de Janeiro.

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